Investimentos e safra menor na América do Sul elevam preços da soja |
A safra de soja da América do Sul está terminando como não se esperava. A supersafra prevista, principalmente no Brasil e na Argentina, não deve ocorrer.
O Brasil, na avaliação de várias consultorias, não obterá os 100 milhões de toneladas, enquanto os argentinos deverão colher próximo de 58 milhões, bem abaixo dos até 62 milhões previstos para o país vizinho.
Houve aumento de área na região, mas a produtividade média deverá cair devido a efeitos climáticos.
O Brasil, cuja colheita já está adiantada, fecha a safra 2015/16 com volume próximo de 98 milhões de toneladas, segundo a AgRural de Curitiba.
No caso do Brasil, essa queda só não foi maior porque Mato Grosso, o carro-chefe da produção brasileira, volta a registrar uma colheita recorde, devido ao aumento de área.
O Estado deverá produzir 28,5 milhões de toneladas, apesar de toda a adversidade climática vivida em algumas regiões, conforme dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária).
Essas estimativas de quebra na América do Sul e a presença maior de fundos de investimentos nas commodities estão empurrando os preços para cima, segundo Fernando Muraro, da AgRural.
A soja, por exemplo, atingiu o maior preço em dez meses na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (19) nos contratos de julho.
No início de abril, a oleaginosa era comercializada a US$ 8,62 por bushel (27,2 quilos), ante os atuais US$ 9,94.
Devido a esse cenário, já começam os primeiros negócios para 2017 em Mato Grosso, com valores de R$ 67 por saca.
Em vista de problemas nas safras da América do Sul, o mercado consumidor mundial se volta um pouco mais para os Estados Unidos.
Os números de exportações dos norte-americanos começam a indicar aumento nas vendas de soja e de milho.
NOTA
Aquecido
O primeiro contrato de soja fechou a US$ 9,86 por bushel (27,2 quilos) nesta terça-feira (19), com alta de 3,3%. Já o milho foi a US$ 3,85, com aumento de 1%.
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