Pelo desempenho registrado em junho, só se pode concluir que a Copa do Mundo fez mal – muito mal – para o setor de ovos. Pois, fundamentalmente, impôs o afastamento antecipado do mercado de um de seus grandes consumidores, a merenda escolar.

Habitualmente, o mês de junho é marcado por uma recuperação no preço do ovo. Senão em relação aos valores alcançados na Quaresma, ao menos em relação ao bimestre maio-junho, período em que, salvo raras exceções, os preços retrocedem.

De 2001 até 2013, por exemplo (13 anos!), o preço do ovo no mês de junho apresentou incremento médio de 7,2% sobre o mês anterior e de mais de 17% sobre a média alcançada no ano anterior.

Em 2014 nada disso valeu. O valor médio obtido pelo ovo no mês de junho recuou perto de 6% sobre o mês anterior e, comparativamente à média obtida em 2013, apresentou, em vez do incremento de 17%, recuo da ordem de 1%. Que, naturalmente, não se coaduna com a inflação e, muito menos, com a evolução dos custos, neste ano superiores aos do ano passado.

Mas não só isso. Mais de 6% inferior ao valor de junho do ano passado, o preço médio alcançado neste junho não refletiu integralmente a realidade enfrentada pelo produtor no final do período. Pois a remuneração recebida nos últimos dias do semestre fez com que este fosse o pior junho dos últimos quatro anos, já que o valor alcançado foi, até nominalmente, inferior ao de junho de 2011.

A redução, porém, não se resume a um único mês. Pois, analisado o desempenho do ovo no primeiro semestre de 2014, constata-se que a despeito de ter obtido, no período de Quaresma, valores que permanecem como recorde histórico, o preço médio dos seis primeiros meses do ano ficou quase 6% abaixo do alcançado em idêntico período de 2013.

Infelizmente, as perspectivas não são muito diferentes no tocante a julho corrente. Porque, principalmente, as férias escolares (e, com elas, a interrupção no fornecimento da merenda) seguem mês adentro. Assim, se quiser retornar à estabilidade anterior, o produtor terá de adotar de forma incisiva as medidas corretivas disponíveis, descartando imediatamente poedeiras mais velhas e/ou com baixa produtividade.