Influenza nos EUA pode beneficiar BRF |
O primeiro caso do vírus da Influenza Aviária em uma granja nos Estados Unidos em 2017 é positivo para a indústria brasileira de carne de frango, especialmente para a BRF, avaliou o Itaú BBA ontem, em relatório assinado pelos analistas Antonio Barreto e Thomas Budoya. "Esperamos que as operações internacionais da BRF sejam as mais beneficiadas pelo caso de Influenza Aviária nos EUA", apontaram os analistas.
No domingo, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) confirmou a ocorrência de um foco do vírus H7 da IA em uma granja de aves reprodutoras no Estado do Tennessee, que responde por 2% da produção de frango dos EUA. Georgia, Alabama e Arkansas lideram a produção do segmento. A granja fornece aves para abate pela Tyson Foods.
A notícia fez as ações da BRF atingirem a maior alta do Ibovespa ontem na BM&F Bovespa durante o dia, e os papéis fecharam com valorização de 0,97% a R$ 40,60.
Segundo o Itaú BBA, o foco de IA nos EUA pode favorecer a BRF principalmente no Oriente Médio, Coreia do Sul e África do Sul. Nesse contexto, o processo de recuperação de margens da BRF, que sofreu em 2016 com a alta do milho, pode ser acelerado. Por outro lado, a JBS é prejudicada pela descoberta do vírus na granja no Tennessee.
A empresa é dona da Pilgrim's Pride, segunda maior empresa de frango dos EUA. De acordo com o banco, a doença nos EUA pode afetar as exportações americana num ano em que a tendência é de maior oferta de carnes - bovina e suína -, o que pode pressionar as cotações da carne de frango no país, sobretudo da sobrecoxa.
Para os analisas do Itaú BBA, a brasileira Seara, subsidiária da JBS, seria beneficiada pelo caso nos EUA, mas não a ponto de compensar totalmente possíveis impactos negativos sobre a Pilgrim's.
Segundo o banco, a Influenza Aviária nos EUA também pode acelerar as compras de frango do Brasil pelo México. Mas o avanço das compras mexicanas depende da eventual ocorrência do vírus em outros Estados americanos, visto que o México bloqueia apenas os Estados afetados pela doença, ponderou o Itaú.
Para o Itaú BBA, os benefícios da doença nos EUA para os exportadores brasileiros de frango tendem a ser menores que em 2014 e 2015, quando o país da América do Norte sofreu com um surto de gripe aviária. Naquela ocasião, China e Rússia ainda compravam frango dos EUA. Hoje, não compram, por motivos sanitários ou políticos.
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