Exportações de Mato Grosso pelo Norte chegam a 30% |
A saída das exportações pelos portos do Norte e do Nordeste se consolida. Em 2013, 16% das exportações de soja e de milho de Mato Grosso tomavam esse caminho. Neste ano, até maio, já são 30%.
O chamado Arco Norte, que engloba portos como os de Barcarena, Belém, Manaus, Monte Dourado, Santarém e São Luís, mesmo com uma logística ainda precária, já escoou 5,3 milhões de toneladas neste ano.
As exportações totais de soja e de milho de Mato Grosso somam 17,8 milhões de toneladas até maio, com os portos do Sul e Sudeste embarcando 12,5 milhões.
Os dados são do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), com base em informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Os números atuais já indicam uma mudança de rota da saída dos grãos produzidos em Mato Grosso. Quando a logística de saída para os portos do Arco Norte estiver mais bem desenvolvida, um volume maior será destinado a esses portos, com ganhos para produtores e empresas que estão investindo, segundo Daniel Latorraca Ferreira, superintendente do Imea.
"Mesmo sem essa logística já estar consolidada, estamos verificando algumas situações inusitadas. Os preços de soja em Sinop [mais ao norte] superaram os de Sorriso", diz Latorraca.
Mato Grosso, líder nacional na produção de grãos, obteve 54 milhões de toneladas na safra passada. Desse volume, 27,5 milhões foram soja.
As exportações do Estado somaram 14,5 milhões de toneladas tanto de milho como de soja, aponta o Imea.
Latorraca diz que ainda é difícil uma previsão de exportação para este ano, uma vez que a safra de milho perdeu produtividade e pode recuar para próximo de 21,5 milhões de toneladas. Mas o Estado deverá ter de 48 milhões a 49 milhões de toneladas.
Apesar disso, ele acredita que as exportações mato-grossenses pelos portos do Norte e Nordeste devem superar os 8,4 milhões registrados no ano passado.
Latorraca diz que, quando a logística de exportações para o Arco Norte estiver consolidada, haverá competição entre as saídas, que poderão ser feitas pelo Norte e Nordeste ou Sul e Sudeste.
Algumas regiões vão ficar no limite entre Norte e Sudeste. Nesse caso, a balança deve pesar a favor do produtor, devido à concorrência entre as empresas desses corredores de exportação.
A melhoria na saída das exportações de grãos vai favorecer a conversão de novas áreas de pastagens na produção de grãos.
Latorraca diz que, quando o sistema de logística, tanto do Norte como do Sul, estiver completo, os produtores poderão utilizar os 15 milhões de terras disponíveis atualmente para serem adaptadas às lavouras. São áreas com relevo e solo adequados e clima favorável.
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