Preço de commodities se recupera em abril e alivia exportadores |
Os preços das commodities estão dando um alívio para os exportadores brasileiros neste mês.
Os valores de negociações de muitos dos produtos da balança do agronegócio interromperam a tendência de queda e até voltaram a subir.
A diferença entre os valores atuais, em relação aos de há um ano, no entanto, ainda é muito grande.
O carro-chefe da balança comercial, a soja, é um exemplo. A tonelada da oleaginosa está sendo negociada, em média, a US$ 350 neste mês.
A variação é pequena em relação aos valores de março, quando o produto estava sendo negociado a US$ 349, mas essa interrupção da queda foi importante porque esse é um dos meses de maior volume de exportação do país.
Mesmo com essa ligeira recuperação, os preços atuais da soja ainda se mantêm distantes dos de há um ano, quando a tonelada era negociada a US$ 387.
O açúcar também ganhou preço neste mês. O valor médio da tonelada do produto em bruto está sendo comercializado a US$ 308, com alta de 4,2% ante os de março.
A demanda mundial pelo produto volta a superar a oferta, o que deve inibir a queda do preço.
O Brasil, principal produtor mundial de açúcar, deverá produzir 37,5 milhões de toneladas na safra 2016/17, acima dos 33,5 milhões do período anterior.
Os dados são da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento), que estima que pelos menos 290 milhões de toneladas de cana-de-açúcar serão destinadas à produção de açúcar no país.
As carnes também tiveram os preços melhorados neste mês. A principal alta ocorreu com a bovina, cujo valor da tonelada subiu para US$ 3.917, em média.
A carne suína obteve o segundo melhor desempenho, com alta de 4% no período –a tonelada foi a US$ 1.813–, enquanto a de frango teve recuperação de 1% no mês.
Todos os valores atuais, porém, estão bem inferiores aos de há um ano, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Essa recuperação de preços se estende também para petróleo e minério de ferro. No primeiro caso, os preços deste mês superam em 26% os de março, enquanto o petróleo teve valorização de 12% neste mês.
Mas vários produtos importantes da balança do agronegócio que não mostraram recuperação no mês. Entre eles está celulose, que teve queda de 13% nos preços médios deste mês, em relação aos de março.
O acompanhamento de preços da Secex se refere apenas aos 11 primeiros dias úteis do mês. Os valores devem ter alterações até o final do mês.
Volume menor
Se os preços das commodities melhoram em abril, o volume de exportação de alguns produtos recua no período. É o que ocorre com as carnes.
Bovina
Após ter atingido um bom patamar de exportações em março, quando foram colocadas 111 mil toneladas de produto "in natura" no mercado externo, as exportações deste mês devem recuar para apenas 86 mil toneladas.
Suína
O mesmo ocorre com as exportações de carne suína. No mês passado, as exportações somaram 57 mil toneladas de produto "in natura". Para este mês, os dados preliminares, com base em números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), indicam queda para 54 mil toneladas.
Frango Líder nacional em volume e receitas nas exportações, o frango poderá ter aumento nas vendas externas neste mês. O volume de produto "in natura" deverá subir para 390 mil toneladas.
Mais carne
Os concorrentes brasileiros no setor de carnes temem que a crise política e econômica do país resulte em queda de consumo interno e, consequentemente, aumento de volume a ser exportado.
Menos carne
Os dados preliminares de abril indicam, no entanto, um volume menor de exportação. Se esses dados se confirmarem, o problema passa para o mercado interno brasileiro.
Preços
Ou seja, o país poderá ter um volume maior de carne em um período de queda de renda. O resultado serão preços menores.
Milho
A área semeada chega a 13% nos Estados Unidos, acima do patamar de 7% de igual período de 2015. Nos últimos cinco anos, a média de plantio nesse período era de 8%, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).
|