Granjeiros do interior de SP sofrem com desvalorização e perdas |
Na propriedade de Wilson Yukio Inoue, em Araçatuba,SP, 4,5% das poedeiras não suportaram o calor.
Avicultores da região enfrentam há cerca de cinco meses perda de galinhas e desvalorização do ovo. Em quatro granjas ouvidas pela reportagem, a mortandade de poedeiras provocada pelo calor ultrapassa 18,4 mil aves, só no mês de outubro, quando a temperatura ultrapassou os 40ºC.
Além disso, apesar de o preço das cartelas de ovos não apresentar queda nos supermercados, criadores afirmam receber menos pela caixa com 30 dúzias, em relação ao valor arrecadado no mesmo período do ano passado.
De acordo com o diretor técnico da APA (Associação Paulista de Avicultura), José Roberto Bottura, o preço pago aos granjeiros pela compra do ovo é inferior ao de outubro de 2013, e apresenta uma defasagem de 20%. "No valor cobrado no mercado isso não reflete, pois os intermediários costumam se garantir, trabalhando com uma margem grande de lucro. Mas o produtor não é compensando. O produtor sempre é o último da cadeia de preços a conseguir uma recuperação".
Queda
O granjeiro Wilson Yukio Inoue, de Araçatuba, alega que a cotação das caixas com 30 dúzias de ovos atingiu o auge em maio deste ano, quando o preço médio foi de R$ 65. "Depois disso, para o produtor, o valor caiu. Hoje vendemos a mesma quantidade por R$ 45, em média", conta. De acordo com o criador, no primeiro semestre, a elevação de preço do ovo foi provocada pela demanda maior pelo produto e pelo aumento do custo com insumos (farelo de soja e milho), na época. "Depois disso, a procura e o valor da caixa de 30 dúzias diminuíram, mas nem todos os mercados passaram para o consumidor essa queda de preço". A expectativa de Inoue é de que os ovos dos granjeiros voltem a ser valorizados devido à maior procura pelo produto, comum no final de ano, e ao novo encarecimento dos insumos.
|