Em 20 anos de Real, brasileiro mudou seus hábitos de consumo |
Há exatos 20 anos, o Brasil mudava do Cruzeiro Real para o Real. Era a oitava moeda do País desde 1942. Essa mudança foi determinante para a evolução e padrão do consumo brasileiro, de acordo com um levantamento da Nielsen.
O executivo de atendimento da empresa Henrique Reis afirma que, em 1994, “tínhamos um consumidor bastante preocupado com a hiperinflação ‘corroendo’ o poder de compras da população”.
— Hoje, 20 anos depois, com o desenvolvimento da economia, houve uma qualificação no consumo, no entanto, agora começam haver indícios de racionalização para manter as conquistas obtidas.
O Real foi criado para combater a hiperinflação. Para fugir dos reajustes diários nos preço, os consumidores iam ao supermercado fazer as compras uma vez por mês e estocavam os produtos. A desvalorização do dinheiro fazia com que as donas de casa se importassem mais com o preço do que com a qualidade de um item.
— Com a inflação sob controle, o consumidor passa a fazer compra de reposição. Ele não precisa mais encher o carrinho, porque os preços estão mais controlados. É possível comprar mais vezes e menos produtos.
Assim, os grandes carrinhos deram espaço para as cestinhas. Além disso, com o aumento da renda nos últimos 20 anos, o brasileiro passou a ter acesso a produtos que antes não poderia consumir. O iogurte foi um dos símbolos dessa mudança com o Plano Real.
Volta da inflação
Nos últimos anos, os preços voltaram a subir — não como na época da hiperinflação, mas já afetam novamente os hábitos de consumo. A pesquisa da Nielsen aponta que, no ano passado, houve uma retração de 4,2% na frequência de compra dos consumidores.
— Diminuir as idas ao ponto de venda [supermercado, mercadinho, atacado] é um indício da racionalização de compra para manter as conquistas obtidas, diante da atual ameaça inflacionária.
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